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Bartolomé Masó - Subindo a Sierra Maestra

10/05/2012 - 14º dia de viagem
O encontro que tivemos em Bayamo com Rosmery secretaria general de la Federación de Mujeres Cubanas em Granma facilitou muito a nossa viagem, tanto pelas indicações que nos deu sobre locais de hospedagem, restaurantes bem como pelos contatos com outras pessoas para as quais nos encaminhou. Em Bartolomé Masó, por exemplo, ela indicou o hotel em que ficamos e nos encaminhou ao comandante da Comandancia de la Plata - Osmar, que gentilmente nos serviu de guia na visita à Sierra Maestra.
Osmar é um internacionalista: em seu jipe as bandeiras
da Venezuela e da Frente Sandinista de Libertação Nacional
O jipe UAZ já na Sierra Maestra
Combinamos de sair às 8:00 da manhã - um
erro, deveríamos ter saído por volta das 06:00 pois a ida a Sierra Maestra exige bastante tempo. Na hora marcada Osmar chegou dirigindo um jipe russo UAZ. Embarcamos e fomos abastecer e em seguida pegamos a estrada em direção ao Parque Nacional Turquino - visitar a Comandancia de la Plata - quartel general da guerrilha comandada por Fidel Castro na Sierra Maestra.

A estrada que leva ao Parque Nacional Turquino é tão íngreme que o concreto (na subida da serra não é usado asfalto mas concreto) possuir em toda a extensão frisos (grooving) semelhantes aos adotados em pistas de pouso de aeronaves, como pode ser observado nesta foto tomada no momento em que Osmar ligava a tração 4x4  e a reduzida do jipe para enfrentarmos o trecho de subida mais severo.


Por ser uma serra, a subida não é feita de forma constante, chega-se ao Parque Nacional por uma sucessão de subidas e descidas que vão ficando cada vez mais acentuadas. No trajeto registramos uma curiosidade: um morador local que estava subindo a serra e usava um carrinho de rolimã - nos trechos de subida carregava o carrinho e nas descidas economizava esforço descendo sentado no carrinho pois as laterais da pista - espécie de pequeno acostamento - não possuem frisos.


Registramos em vídeo alguns momentos do deslocamento até a Sierra Maestra:


O percurso entre o hotel e o estacionamento no Parque Nacional - aproximadamente 40 Km - levou 1 hora e 15 minutos (contando com o tempo parado para abastecer - não mais que 15 minutos) a estrada apresentava bom estado de conservação e o jipe desenvolvia uma velocidade razoável quando trafegava no plano.


Em próxima postagem: A Comandancia de la Plata, os custos deste percurso e dicas para quando você for.

Holguín - Asociación de Combatientes de la Revolucion Cubana

 08/05/2012 - 12º dia de viagem
Nossa passagem por Holguín foi rápida. Tempo suficiente apenas para visitarmos a Asociación de Combatientes de la Revolucion Cubana.

A ACRC foi fundada em Outubro de 1993 e é estruturada como:

"Organización social, autofinanciada e integrada voluntariamente por combatientes, cuyo objetivo fundamental y razón de ser es apoyar incondicionalmente la defensa de la Revolución y las conquistas del socialismo en todos los terrenos, para lo cual organiza y cohesiona las distintas generaciones de combatientes que han luchado y luchan para este fin."
Entre sus miembros hay veteranos de las brigadas voluntarias que pelearon contra las fuerzas fascistas durante la guerra civil española de 1936-39; combatientes de la lucha clandestina y la guerra revolucionaria cubana de 1956-58 contra la dictadura de Batista respaldada por Washington; miembros de las milicias y las fuerzas armadas que derrotaron la invasión mercenaria en Playa Girón en 1961 y eliminaron las bandas contrarrevolucionarias organizadas por Washington en la sierra del Escambray y otras regiones; y cientos de miles de cubanos que han participado en misiones internacionalistas como maestros, médicos, efectivos militares en países desde Nicaragua y Bolivia hasta Vietnam y el Congo, Etiopía y Angola.

Jayme e Ramón
Painel sobre os invasores
de Playa Girón
Chegamos na sede da ACRC de Holguín e um grupo de senhores jogavam xadrez, nos apresentamos como um grupo de brasileiros que estava fazendo o percurso da Revolução, o Presidente da ACRC - Ramón Cera - gentilmente nos atendeu, mostrou as instalações da ACRC explicando os diversos painéis que existem no local.

 






Fotos e painéis sobre a luta clandestina e a guerrilha em Sierra Maestra.



 


Fotos de Combatentes do Exército Rebelde (a esquerda) e da Luta Clandestina.



"Contra Fidel ni en la Pelota"
Painel com a celebre frase dita por Camilo Cienfuegos em 24 de junho de 1959 ao participar de um jogo de basebol para arrecadar fundos para a Reforma Agrária. O locutor anunciou que o lançador de um time seria Fidel Castro e o do outro time Camilo Cienfuegos, entretanto quando as equipes entram em campo Camilo Cienfuegos aparece com o uniforme do time de Fidel. A imprensa cerca Camilo como que a pedir explicações e ele então declara: “Yo no estoy contra Fidel ni en un juego de pelota”.
Camilo e Fidel no celebre jogo
(foto Cubadebate)
A nosso pedido Ramón indicou uma série de pontos históricos e monumentos relacionados à história cubana existentes em Holguín:
  • Casa natal de Calixto Garcia - herói da independência cubana. Lutou, contra os espanhóis, nas 3 guerras de independência. Fica na calle Miró 147;
  • La Periquera - Lugar célebre e histórico da cidade. Fica em frente ao Parque Calixto García;
  • Monumento ao Che - na Carretera de Mayarí;
  • 6 Colunas - monumento aos mortos da Páscoa Sangrenta - Las “Pascuas Sangrientas” . En los días posteriores al desembarco del Yate Granma en diciembre de 1956 se desató en Cuba una brutal represión contra los opositores de la tiranía de Fulgencio Batista. Fica na saída para Las Tunas;
Infelizmente, dado o adiantado da hora, resolvemos não visitar nenhuma dessas indicações e partir em direção a Bayamo aonde deveríamos pernoitar para, no dia seguinte, mantermos um contato na Federación de Mujeres Cubanas e no caminho deveríamos visitar Biran

Para mais informações consulte:

Gibara à Bayamo

08/05/2013 - 12º dia de viagem

Saímos de Gibara às 10:05 hs. com destino a Bayamo. No caminho passaríamos por: Holguín para visitar a Asociacion de Combatientes de la Revolucion Cubana de Holguín e por  Birán, para conhecer a casa em que nasceram Fidel e Raul Castro. Abastecemos o carro em San German. Rodamos um total de 215 Km de Gibara à Bayamo.


Visualizar Percurso: Gibara a: Holguín, Birán e Bayamo em um mapa maior

A tampa do tanque equilibrando-se
milagrosamente na mala do carro
Neste trecho da viagem 2 ocorrências merecem destaque. A primeira no abastecimento que fizemos por volta das 16 horas. Sairmos do posto de gasolina e andamos cerca de 200 metros quando sentimos um forte cheiro de gasolina. Paramos o carro para verificar o que estava acontecendo e para surpresa nossa vimos que o bombeiro havia esquecido de fechar o tanque e a tampa havia ficado em cima da mala. Tivemos muita sorte da tampa não ter caído na rua e se extraviado. Se isto ocorresse a continuação da viagem seria prejudicada pois no local que estávamos seria muito difícil conseguir uma tampa para reposição.



Colocada a tampa em seu devido local continuamos a viagem. Mais à frente nos perdemos por falta de placas indicativas e após perguntar o caminho a algumas pessoas chegamos a um ponto em que a estrada deixava de ser asfaltada e passa a ser de terra. Como era a indicação que havíamos recebido continuamos em frente.




Mas à medida que avançávamos a estrada ia ficando cada vez mais precária. Até que chegou um ponto quem que não dava mais para continuar com todos dentro do carro pois o mesmo não tinha altura suficiente para ultrapassar as crateras. Lucimar (a motorista oficial) entregou o volante para Araújo e Jayme foi de copiloto - a pé - caminhando na frente do carro para indicar os percursos menos ruins.


Transposto, sem problemas, esses obstáculos, voltamos a transitar por uma estrada normal até Bayamo.
Mas antes de registrarmos nossa passagem por Bayamo, abordaremos, na próxima postagem, a visita à sede da Asociacion de Combatientes de la Revolucion Cubana de Holguín.


Guardalavaca

07/05/2012 - 11º dia de viagem
Decidimos dedicar o dia ao banho de mar. Na pousada nos informaram que em Guardalavaca encontraríamos praias excelentes para banho. Saímos de Gibara e após um percurso de aproximadamente 50 Km chegamos a uma aprazível praia.

Uma praia de águas calmas e transparentes 
Guardalavaca, Cuba
Guardalava
praia Guardalavaca, Cuba
Lucimar, o pequeno cubano e a avó
Guardalavaca, Cuba
Fernando e Lucimar

Era uma segunda-feira e baixa temporada turística - a praia era só nossa e de uma família cubana.
Guardalavaca, Cuba
Rosa em Guardalavaca
Guardalavaca, Cuba
Jayme e Angélica
e o mar limpo, calmo e belo


Aproveitamos toda a manhã nessa agradável praia e retornamos a Gibara para o almoço no Hostal Los Hermanos





Em próximas postagens: Bayamo e a Associação de Ex-Combatentes



Gibara - A Cidade e o Furacão

06/05/2012 - 10º dia de viagem
Visão panorâmica de Gibara maio 2012
Vista panorâmica de Gibara
composição de fotos tiradas do mirante
Circulamos pouco pelo centro de Gibara e contentamo-nos em observar a cidade do alto de um mirante cujo acesso é feito por uma escadaria situada perto do Hostal Los Hermanos pousada em que estávamos hospedados. O tempo economizado em percorrer a cidade foi dedicado à procura de uma boa praia para banho de mar.


Quem visita essa bela cidade nos dias de hoje não imagina os enormes danos causados à Cuba pelo furacão Ike que passou pela região em 2008. Em Gibara os estragos foram colossais. Alguns exemplos: 20 Km de estrada construída naquele mesmo ano foram arrancados do solo pela força do mar; em Caletones, todas as casas, sem exceção, foram totalmente destruídas e os pertences dos moradores destroçados e levados pelo vento.
A TV cubana em matéria jornalística registrou esse drama:

Escultura Camilo Cienfuegos, Gibara, Cuba
Escultura Camilo Cienfuegos, Gibara, Cuba



No malecon encontra-se uma escultura de Camilo Cienfuegos
que resistiu, sem maiores danos, ao furacão de 2008.






Em 2012, quatro anos após o furacão, a cidade segue reconstruindo suas edificações. Destaque para o fato de que mesmo com toda essa tragédia não há um só morador desabrigado

Abaixo alguns registros de Gibara:

O final do nosso primeiro dia em Gibara foi agraciado com um belo por do sol e uma noite de lua cheia.

Por do Sol, Gibara, Cuba
Por do Sol, Gibara, CubaPor do Sol, Gibara, Cuba















Nosso primeiro dia em Gibara foi agraciado com um belo por do sol
Por do Sol, Gibara, Cuba


Por do Sol, Gibara, Cuba









Luar, Gibara, Cuba
Luar, Gibara, Cuba




E após esse belíssimo entardecer a lua cheia surgiu majestosa
Luar, Gibara, Cuba

 Para mais informações consulte:

Gibara - O Hostal Los Hermanos e a Playa Caletones

06/05/2012 - 10º dia de viagem
Hotel Gibara
Hotel Gibara
(foto da internet)

Chegando a Gibara, enquanto Araújo e Jayme ficaram tomando umas cervejas no bar do Hotel Gibara, as companheiras de viagem foram circular pela cidade à procura de uma pousada. Como sempre a preferência era pela hospedagem em casas de cubanos, uma forma mais agradável e, quase sempre, mais econômica de estadia, além de propiciar um convívio mais intenso com a população local. Nos hotéis você é apenas mais um entre vários hóspedes, já em uma casa você é "o hóspede".


Hostal Los Hermanos, Gibara
Odalis, uma das donas do Hostal


Depois de aproximadamente 1 hora as companheiras voltaram informando que já haviam localizado uma excelente casa que com instalações para hospedar todo o grupo. Nos dirigimos então para o Hostal Los Hermanos. Habitação para 2 pessoas 20 CUC.

[Calle Cespedes, 13 e/ J. Peralta y L. Caballero - tel (53+10124) 844542 - email: odalisgonzalesgurri -@- gmail.com].
                                    
Almoço Hostal Los Hermanos, camarão, lagosta, mojito e cerveja

camarão ao alho e óleoAs mulheres, alegando o adiantado da hora, propuseram primeiro almoçar e depois retirar as bagagens do carro. Os homens (sem saber em que fria estavam se metendo) aceitaram prontamente. O Hostal serviu um delicioso almoço com camarão, lagosta regado a mojitos e cervejas.



Terminado o almoço hora de pegar as malas no carro que havíamos deixado estacionado na frente do Hostal Los Hermanos. 
Para surpresa nossa ao abrir o porta malas....
Roubaram as malas?
nada havia em seu interior.
Nossa primeira reação: roubaram as malas! A dona da pousada entrou em casa e voltou dizendo que telefonou para a PNR (Polícia Nacional Revolucionária) e de que a mesma já estava a caminho. O grupo começou a discutir o que fazer. Rosa a se lamentar que todo seu dinheiro estava na mala junto com os passaportes e tudo o mais. Quando de repente as mulheres, inclusive a dona da pousada, caíram no riso. Tudo não passava de uma pegadinha. No momento que acertaram a hospedagem as malas haviam sido retiradas e já colocadas nos quartos. Foi a vingança pelo fato dos homens terem ficado bebendo cerveja e deixado às mulheres a tarefa de encontrar alojamento.
Passado o susto resolvemos ir conhecer a praia de Caletones pois desejávamos tomar um banho de mar. Caletones é uma praia que se encontra dentro de uma reserva ecológica e "era" conhecida pelas suas areias brancas e finas. 
Playa Caltones, Gibara
Playa Caletones:
ao fundo a cidade de Gibara

Playa Caltones, Gibara
Soprava um vento frio.
Antes areia branca e fina, agora pedras


Dissemos "era" por que o furacão que passou pela região em 2008  levou embora toda a areia desta praia, restando apenas um solo de pedras




Playa Caltones, GibaraPlaya Caltones, Gibara
Desistimos do banho de mar. Como não estávamos com um guia e não sabíamos a localização das piscinas naturais formadas pelo desmoronamento de galerias subterrâneas e que são uma atração turística, resolvemos ir à procura de outra praia que não tivesse sido devastada pelo furacão.

Playa Gibara
Playa Gibara










Após um percurso de carro, encontramos uma praia com areia. Mas o vento frio - já eram quase 19 horas - não animava nem as cubanas a entrarem na água, quanto mais 5 nordestinos acostumados às águas quentes do mar que banha o nordeste do Brasil.


Ruínas Navio  em GibaraRuína Navio
Encontramos uma carcaça de um velho navio jogado sobre as pedras.
Desistimos do banho de mar e circulamos um pouco pela região registrando imagens da inclemência do tempo sobre o meio ambiente e as habitações. O que mostraremos em próxima postagem.

Fotos do Hostal Los Hermanos


Para maiores informações consulte:


Santa Clara - Escultura de Che con un niño en los brazos

05/05/2012 - 9º dia de viagem

Escultura Che con un niño en los brazos em frente ao PCC Santa Clara
Em frente ao antigo prédio de Obras Públicas,  local em que funcionou o segundo posto de comando de Che durante o desenrolar da batalha de Santa Clara e que atualmente abriga a sede provincial do Partido Comunista de Cuba encontra-se a escultura de Che com uma criança nos braços. Esta obra foi doada à cidade de Santa Clara pelo escultor vasco Casto Solano Morrayo e foi instalada neste local em outubro de 1968.
Trata-se de uma escultura em bronze com cerca de meia tonelada de peso de dimensões um pouco superior à estatura de um homem normal.


Escultura Che con un niño en los brazos vista de costas





A escultura precisa ser observada com calma para que possamos identificar todos os elementos que compõem todo o simbolismo da obra - coisa que infelizmente não fizemos pois desconhecíamos a existência e os detalhes desta obra quando lá estivemos. Foi apenas uma parada rápida para umas fotos e seguimos adiante.






Alguns detalhes que devem ser observados, segundo a EcuRed:
"En la cabeza, la boina con la estrella, identifica su grado de Comandante y su indiscutibilidad dentro de los combatientes. En su pecho, el infinito es recorrido por dos niños, uno porta el sol y el otro la luna, un camino en el que somos iguales y a la vez diferentes. En un bolsillo lleva un libro de "Don Quijote" donde se representa como aquel caballero, jinete con la adarga al brazo. Un niño, (Che), es filmado por su padre, su posición económica es buena, pero el niño monta la cabra y tira al monte, deja atrás el jardín y la comodidad de la familia. 
En su cuerpo escenas de su vida. El recorrido por Sudamérica en motocicleta poniendo sus estudios
Escultura Che con un niño en los brazos close
médicos a favor de los desfavorecidos; esto no es suficiente, los problemas del continente son más profundos que una epidemia de lepra. Otras escenas muestran su entrenamiento para la lucha en Cuba y su permanencia en las montañas. El asma y los mosquitos hacen la vida más dura en la Sierra Maestra, el tabaco y los mulos se la hacen más llevadera."
Escultura Che con un niño en los brazos 











E o blog En la misma costura destaca:
"En efecto, detalles de su vida están diseminados por el conjunto de la figura.
Por ejemplo, en los bucles hay colgada una hamaca en la cual el Che descansa. Sobre la jineta del hombro izquierdo, hay un niño desnudo montando un chivo. El niño desnudo tiene un juguete alusivo en la mano izquierda. En el costado derecho, sitio por donde le penetró una de las balas que dio fin con su vida, hay una mujer joven en una ventana, en actitud de espera. A la altura del corazón, hay otro motivo similar. En la hebilla del cinturón de campaña hay una manifestación popular que lleva una pancarta. La mano derecha sostiene un habano y por los pliegues del pantalón
trema una motocicleta con dos tripulantes, detalle alusivo al mítico viaje del Che por Sudamérica."

Para mais informações consulte:
Em próxima postagem: De Santa Clara para Camaguey